A EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) superou a marca de 100 projetos cooperativos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) desenvolvidos com a indústria. Nessa modalidade, empresas que tenham necessidades em comum, pertencentes à cadeia e até mesmo concorrentes, se unem para o desenvolvimento conjunto de produtos ou processos inovadores. Ao todo, os projetos cooperativos somam R$ 129,5 milhões investidos em PD&I e beneficiam 240 empresas.
O desenvolvimento nesta modalidade traz múltiplas vantagens: divisão de esforços, conhecimento, custos e riscos em um âmbito pré-competitivo. A cooperação pode ser realizada entre empresas que pertencem a mesma cadeia produtiva, que pode gerar novos produtos e processos que beneficiem todo o setor. Outra grande aposta da EMBRAPII ainda pouco usual no país é unir empresas concorrentes em projetos de PD&I, em que dividem custos e cada um é dono da tecnologia e decide como utilizá-la no mercado.
A EMBRAPII também incentiva o encontro entre startups e grandes empresas. Esse modelo potencializa a competitividade da indústria brasileira, abre mercado para jovens empreendedores e permite que empresas já consolidadas tenham acesso ao conhecimento mais expressivo e de vanguarda.
No modelo tradicional, a EMBRAPII financia até um terço do valor do projeto com recursos não reembolsáveis, o restante é dividido entre a empresa e a Unidade EMBRAPII. Para projetos que envolvam Pequenas e Médias Empresas, nas áreas de IoT/Manufatura 4.0 e também de Mobilidade e Logística, por exemplo, o aporte da EMBRAPII pode chegar até 50%.
Conheça alguns exemplos de Projetos Cooperativos desenvolvidos no modelo EMBRAPII.
União entre concorretes – Onze pequenas e médias empresas dividem os riscos de um projeto milionário. Concorrentes, os fabricantes de bateria de reposição se uniram para atender o mercado de veículos com sistema start-stop. O principal benefício será sobreviver em um mercado que deve se transformar radicalmente nos próximos três anos.
O sistema start-stop desliga o motor toda vez que o condutor para o veículo, em um semáforo por exemplo, e volta a ligar quando o motorista pisa no acelerador. Esse regime de funcionamento faz com que a bateria do carro seja mais exigida do que as tradicionais, as de partida. A projeção é que até 2021 todos os automóveis fabricados no país possuam o dispositivo. Apesar de estarem juntas na empreitada, cada empresa terá, ao final do projeto, um produto único.
União entre empresas da mesma cadeia produtiva – Entidades empresariais e fornecedores da indústria automobilística (AFCA, Fiat Chrysler Automobiles, CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Novelis, Aethra e 6PRO Virtual and Practical Process) se uniram para o desenvolvimento de ligas de alumínio inovadoras, que propiciem redução de peso e maior resistência. A inovação dará maior segurança veicular e economia de combustível. Ligas de menor peso e baixa densidade, como o alumínio, contribui para a redução de emissões de CO2 e o desempenho energético dos automóveis.
União com startups – A startup Horus Aeronaves e empresa Basf se uniram para o desenvolvimento de um software para drone de monitoramento agrícola que detecta os locais de maior infestação de pragas e vegetação doente no cultivo de soja. O processo convencional no combate a ervas daninhas na cultura de soja é baseado na verificação periódica do plantio e algumas medidas acabam sendo adotadas tardiamente. O software agilizará este processo, permitindo monitoramento preventivo e de maior abrangência através das análises de campo. O projeto colaborativo também contou com e do SEBRAE.